quinta-feira, 20 de outubro de 2011

impressões

lugares desconhecidos, vazios na procura de algo bom, puro e pacífico.
não observo fim, nem admito o início.
emoções confusas, entrelaçadas com a procura da persepção do presente.
o espaço, o tempo, o movimento confudem-me criando variadas perspectivas, os olhares mudam constantemente.
o mundo gira em volta de mim e eu permaneço estupidamente estática.
por vezes não sinto. páro. tento encontrar reconhecimento, tento encontrar-me.
sem saber, peso no ar.
uma sombra escura e sólida espande-se na minha consciência. por vezes revejo-a nos meus actos.
demente peso.
subtracção de sentimentos.
choro? gritos? não aos puros extremos.
desejo sono.
a minha paz é dormir e descansar o pensamento.

Maria João Petrucci

domingo, 3 de outubro de 2010

merda recolhida da esplanada

Cores. Castanho. Cores. Castanho outra vez. Pessoas. Risos. Café. Mais risos. Passos. Muitos passos. Palavras. Gargalhadas velhas. Espera. Paciência. Muita paciência. Memória de um filme. Um bom filme. Folhas novas. Folhas vazias. Sinos. Cores novamente. Roxo.

Maria João Petrucci

domingo, 10 de janeiro de 2010

A essência está a perder cor

Rebaixo a minha voz, o meu som natural. Tudo parece mais calmo neste momento. Concentro-me nas outras vozes e para além delas oiço o silêncio. Envolvo-me no cansaço e no conforto que apelam à minha sonolência. As minhas nuvens da mente começam o seu caminho para o seu mundo predilecto, aquele onde se sentem livres e rebeldes, transcendentes a tudo e todos. E, já eu rodeada por todo este cenário, sem saber por que razão penso com toda a força: A essência está a perder cor. Pensei com o pouco de racionalidade que me restava, presa aos meus sentidos. Não sabia por onde ir, por onde preocurar e encontrar. Decidi então resguardar a pequena e divagante informação para depois posteriormente recair sobre ela.
Recaio, sinto curtas e sensíveis camadas de vultos. Abandono-me nesta floresta. E começo a realizar os cantos e os recantos. A essência desenvolve o carácter de todas aquelas acanhadas e vulgares coisas que me provocaram um sentimento curioso, inexperiente, misterioso e sublime em outrora altura. E, com a violenta ventania do tempo foram perdendo essas características de encanto e descoberta. Penso essas propriedades convergirem na cor, aquela que se foi perdendo.
Sentimento triste que provoca, estranhezas tão boas desaparecem. Preferia saber moldar-me a elas. Por fim estarei sempre aqui, intacta ao passado. Mas penso que outras também virão, com o desejo de as saber desfrutar, valorizar, apreciar. Sendo assim, estarei sempre aqui expectante completiva à vinda de algo novo, à essência da ingenuidade e inocência. A cor reaparece.

Maria João Petrucci

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

algo estranho no receber

Sinto o prazer de dar, mas para contrariar um arrepio e um sentimento estranho para o mau surge quando penso no receber. Não quero assim. Não deveria ser assim. No meu entender esta pena fria nas minhas costas tem como consequência a descoberta inocente do mistério do receber. Sabendo assim um dos 'berlindes' que irei ter, sinto que invadi a surpresa e o intermédio entre o desconhecido e o desvendado. Não gosto, e deveria pensar que não sei o aspecto dos outros berlindes, ou se serão mesmo berlindes. Vou tentar concentrar-me nessa existência.
Maria Petrucci

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

para aquele que sabes que não és, mesmo que o sejas

Nunca sei ao certo o que pensar e pior, o certo de pensar. Sei que a melhor probabilidade era na realidade não pensar, mas penso.

Há coisas vermelhas e amarelas que nem quero saber. Entre outras também. Mas algumas delas passam pelo meu resguardo mental sem humildade, curiosidade pura.

Será que tu pensas?
A minha lógica e razão descuidada responde plenamente que sim. Porém, algo me sussurra que não com tanta certeza esse absoluto plenamente.

Raios me tocam com mansidão e brincadeira. Não sei se gosto. Pois, não admiro.
Como já dizia um, tornei os meus sentidos, a minha emoção no que rouba a eros, num arco-íris desmaiado.
Existe, no recente agora, sal húmido a escorrer e passear bruscamente na minha cara e em mim. Torna-se um tom e uma mistura coesa e confusa, tudo é absorvido.

Um dia saberei causas desconhecidas que agora me fazem tremer e me provocam um grande esforço para as esquecer. Ignorar.

Espero ser compreensiva.
Os meus olhos já perderam de vista os teus. Os teus já esqueceram os meus. Os teus se escondem dos meus.

Mas... ah! Porquê assim? maldição.
Como se uma comichão me atacasse o ponto mais interior e inalcançável do corpo.

Pouco te tenho. Nem sei se esse tal pouco conseguirei conservar sozinha. Eu quero. Desejo um dia ter poder para tal.
Cantam os meu pirilampos da mente sobre esta realidade.
Penso muito em fugir dela, e por momentos consigo, mas sua música é tão suprema que nunca a deixarei de ouvir.

Cumprimentos felizes pequeno basalto *