domingo, 3 de outubro de 2010

merda recolhida da esplanada

Cores. Castanho. Cores. Castanho outra vez. Pessoas. Risos. Café. Mais risos. Passos. Muitos passos. Palavras. Gargalhadas velhas. Espera. Paciência. Muita paciência. Memória de um filme. Um bom filme. Folhas novas. Folhas vazias. Sinos. Cores novamente. Roxo.

Maria João Petrucci

domingo, 10 de janeiro de 2010

A essência está a perder cor

Rebaixo a minha voz, o meu som natural. Tudo parece mais calmo neste momento. Concentro-me nas outras vozes e para além delas oiço o silêncio. Envolvo-me no cansaço e no conforto que apelam à minha sonolência. As minhas nuvens da mente começam o seu caminho para o seu mundo predilecto, aquele onde se sentem livres e rebeldes, transcendentes a tudo e todos. E, já eu rodeada por todo este cenário, sem saber por que razão penso com toda a força: A essência está a perder cor. Pensei com o pouco de racionalidade que me restava, presa aos meus sentidos. Não sabia por onde ir, por onde preocurar e encontrar. Decidi então resguardar a pequena e divagante informação para depois posteriormente recair sobre ela.
Recaio, sinto curtas e sensíveis camadas de vultos. Abandono-me nesta floresta. E começo a realizar os cantos e os recantos. A essência desenvolve o carácter de todas aquelas acanhadas e vulgares coisas que me provocaram um sentimento curioso, inexperiente, misterioso e sublime em outrora altura. E, com a violenta ventania do tempo foram perdendo essas características de encanto e descoberta. Penso essas propriedades convergirem na cor, aquela que se foi perdendo.
Sentimento triste que provoca, estranhezas tão boas desaparecem. Preferia saber moldar-me a elas. Por fim estarei sempre aqui, intacta ao passado. Mas penso que outras também virão, com o desejo de as saber desfrutar, valorizar, apreciar. Sendo assim, estarei sempre aqui expectante completiva à vinda de algo novo, à essência da ingenuidade e inocência. A cor reaparece.

Maria João Petrucci