quinta-feira, 28 de maio de 2009

nove e um quarto da noite

Olho pela janela e desfruto a paisagem. Vejo casas, habitações de variadas pessoas que neste momento lhes flui uma corrente de alegria e felicidade, e noutras um desvio de lamentação e angústia. Na simples visão que tenho através da minha métrica janela do quarto consigo sentir e imaginar inúmeros aspectos, vias e ondas de todo o tipo de caminhos e viragens. Mas simplesmente o melhor é o horizonte e as nuvens cor de salmão que penetram e tingem o céu azul com a final claridade do dia. Sinto tranquilidade na função de espectador deste cenário único e infinito. Só espero que mais pessoas o tenham apreciado tanto como eu para sentirem também este belo sentimento de felicidade que o céu e todo o seu redor promoviam. Por fim as nuvens dissolvem-se na última e pequena claridade do céu azul e todas as pessoas repousam num instante para sentirem o silêncio e último suspiro da luz do dia. A noite está prestes a chegar. Um novo dia começa no oposto e na simetria de mim. O horizonte descansa, pois a noite e a penumbra do luar absorvem os seus restantes ápices da tarde. A lua mostra-se e as estrelas vão descendo sem eu as ver. Calo-me na inocência do meu ser. Este processo abala o meu consciente. A sua beleza, a sua delicadeza, a sua ternura. É belo. Magnífico. Supremo. As coisas mais simples escondem a sua pura e bela complexidade, e nós, sem muitas vezes saber, temos o valioso dom de a saber desvendar.
Maria João Petrucci

domingo, 24 de maio de 2009

Sinto-me inútil.

tédio e vários de mim

Não sei começar, pois não sei explicar. Sou eu outra vez. Caminhava com tranquilidade e uma tal felicidade, mas porquê arrasar com tudo isso? Detesto isto em mim. Não sei se sou mesmo eu, mas não existe outra razão, ou outro algo ou ser espiritual. Por vezes sinto que é uma força. Mas não afecta mais ninguém, só a mim. Não sei bem se é a todo o 'mim', porque nem sei se sou toda uma e uma só. Sei que por alguns momentos e situações sinto-me dividida em duas ou mais. Pois sinto uma auto-pressão de mim mesma sobre mim mesma. Digo-vos, é terrível. Por isso não sei se neste momento sou toda eu ou uma parte só. Não sei porque me afecto tanto a mim própria. Será que é mesmo de mim? Eu consigo respirar várias vezes consecutivas em pura harmonia e felicidade, isso já comprovei. Mas deixo-me abalar por aspectos que têm um desígnio insignificante. Mas algo cá dentro automaticamente decifra a informação com sensibilidade a mais e deixa passar toda essa acumulação (supostamente com facilidade de passar despercebida) com grande potencialidade para conseguir tocar-me bem lá no fundo. A minha aura enfraquece de imediato. Todo o pequeno processo de fragilidade afecta não só o meu estado de espírito como também a minha vontade, o meu físico, a minha sensibilidade, a minha dinâmica, a minha noção temporal e também a minha mente. Nesta o abalo centra-se no modo como pensar e agir. Muitas das vezes no tempo que há-de vir. Começo a pensar demais. Posso-me considerar uma masoquista sensorial. Eu hei-de aprender com isto. Irei conseguir abrandar este tédio interior. Saber decifrar bem a informação e ter calma. Todo este processo é natural. De certeza que pensam que tudo isto é mau e contém bastante sofrimento. Não posso afirmar totalmente que não, mas posso dizer que no meio de tanto sentimento existe bastante tranquilidade, felicidade e conforto. Quando sinto que me encontrei de novo.
Maria João Petrucci

sábado, 23 de maio de 2009

essência

Por momentos apetece-me fugir. Simplesmente fugir. Sair da rotina. Tornar-me livre e espontânea. Dependente do meu ser interior. Esta vida prende a minha essência. Todos os dias luto com ela dizendo que não e ela a contradizer que sim. Não é mau nem trágico. Mas por vezes chega a ser constrangedor e triste. Mas um dia irei alcançar esse ponto onde a liberdade e o meu ser estarão numa máxima harmonia. Eis o objectivo. Mas agora permaneço em pensamento e questiono: será que já alcancei esse ponto?

Maria João Petrucci

domingo, 17 de maio de 2009

terça-feira, 12 de maio de 2009

luandino

Hoje deixo aqui umas palavras que foram ditas numa entrevista/conversação, em que eu compareci, pelo escritor angolano Luandino Vieira, as quais me suscitaram reflexões profundas sobre alguns assuntos. Aqui passo a transmitir para também dar a oportunidade de vos proporcionar momentos, pensamentos e sentimentos agradáveis e de uma melodiosa reflexão.

É muito bom viver. (...)
A música é a arte das artes. (...)
As coisas boas da vida são difíceis. As melhores são as mais difíceis. Ser jovem é ser difícil. Amar é difícil. Mas mais difícil ainda é ser amigo de alguém. A amizade é superior ao amor. (...)