terça-feira, 30 de junho de 2009

amiga tentativa de verbalizar

O sol brilha, não sei, não o sinto, não o vejo.
Entro no quarto isolado e abafado da claridade pelos limites sólidos que o formam num espaço único e específico.
Na minha necessidade interior deixo a luz penetrar no vão do acolhimento e no ar espalhado neste.
Penetro o meu olhar na imagem promovida.
Aprecio a sua beleza.
Concentro-me na sua magia terna e feliz.
Uma vaga de alegria percorre-me o corpo deliciando todo o meu espírito.
Memórias acompanham este fluxo.
Recordo-me de ti, felicidade.
A mágoa e a dor escondem-se por momentos, alegria.
A saudade surge, mas solidária.
O sentimento vagueia na minha mente e na minha alma.
O tempo flui e eu envolvo-me no seu seguimento.
Algo de mais alto se alevanta, não da minha sensibilidade interior mas sim do poder dos outros como eu sobre mim.
Este poder não é maligno, pelo contrário.
Sentimento magnífico, total conforto em mim.
Amizade.
Confiança.
Desperta fé em mim e em ti, luz incandescente, estrelas ascendentes do caminho.
Confio em vós, aurora mística e deliciosa, confio em mim.
Toda a energia condensa no meu pensamento e no meu estar.
A esperança e o viver unem-se agradavelmente como o amarelo e o azul para dar verde.
Tudo isto por simplesmente parar um pouco e saber apreciar o seu valor eterno.
O olhar torna-se mais amplo e vasto, alguém sorri no ar.
Sem mesmo pensar retribuo o sorriso e confundo-me numa melodia de gargalhadas.
Claramente puro, aprecio na simplicidade do meu ser.
Conservo este estado com grande prazer e segurança.
Sei que desapareces, mas sei que não morres.
...
Desfruto a vida.
O sol brilha, agora sei, o sinto, o vejo.


Maria João Petrucci

quinta-feira, 18 de junho de 2009

algo sobre a mente

A mente é algo terrível. Consegue confundir-me de forma tão simples, através da ilusão. Consegue esconder a realidade perante nós fazendo-a desvanescer mesmo diante dos nossos olhos. Mas não parece tão óbvio? Não, o passo é tão perfeito que nem conseguimos desvendar ou simplesmente sentir algum devaneio da nossa parte. Tenho dúvidas, faz parte da sua natureza? A mente é parte de mim, e agora que faço? Tenho que dominá-la? Ou deixo-me levar pelas suas auroras e vincos que por vezes se formam e reluzem sem eu ter conhecimento do seu objectivo? É um pouco estranho, pois parece que dá a entender que classifico a mente como outro ser dentro de mim que me faz ser eu própria, ou que condiciona para a minha personalidade juntamente com o meu ser interior. Por vezes sinto que sim. Neste momento reparo que existem momentos em que sinto emoções estranhas devido a pensamentos meus, da minha mente, acerca de outrem que me influenciam na maneira de eu pensar em saber quem sou e o que quero ser. Este aspecto tem vindo a intrigar-me, pois o seu sentir provoca-me uma sensação de desconforto e de desorientação. Penso que a mente me tenta segredar algo, mas eu descodifico a informação com confusão e insegurança. Cada vez mais olho para a solução do seu mistério algo de grandioso e de bastante relevância para o meu ser, a essência do ser eu, talvez. Na minha vez sucede ter que reflectir no pensamento quando este decide manifestar-se. Mas torna-se complicado. Sei algo que penso ser um começo: eu existo. A situação principia a sua jornada de mentalização. Pois sei também uma via segura para conseguir caminhar com harmonia, realizar o 'eu' e concretizar os seus simples desejos. Momentos de felicidade são desvendados. E a chaga se esconde no vazio da minha inspiração. Mente, eu confio em ti.
Maria João Petrucci